programa vila viva na VILA APOLONIA

programa vila viva na VILA APOLONIA

VILA APOLONIA

1. ORIGEM:

A história da Vila Apolônia começou no ano de 1974. A área, localizada na Região de Venda Nova, foi ocupada por famílias vindas do interior de Minas Gerais e Bahia. Os novos moradores buscavam na capital mineira uma vida melhor, mas encontraram dificuldades para permanecer no local, devido à falta de infra-estrutura.

De acordo com a URBEL – Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte, muitos decidiram vender seus lotes e voltar ao seu local de origem. Outros moradores permaneceram e residem até hoje na vila. Como alternativa à falta de infra-estrutura, os habitantes da vila usavam o comércio, posto médico, transporte, escolas e Associação Comunitária dos bairros vizinhos - Itamarati e Copacabana.

D. Maria Lourenço de Oliveira (80), uma das primeiras moradoras da Apolônia, entrevistada pela equipe da ONG Favela é Isso Aí, reside no local há 32 anos. Quando ela mudou para a vila existiam apenas dois barracos, não tinham água e nem luz e o terreno parecia um grande pasto onde as poucas pessoas que moravam lá criavam bois. De acordo com ela, as dificuldades eram imensas, era preciso andar muito até para conseguir água para os afazeres domésticos.

As informações da URBEL mostram que, em 1983, um senhor chamado Lockaman Garios apresentou-se na vila como proprietário. Ele afirmava que 12 lotes da Rua Cônego Trindade eram de sua propriedade e exigia a desocupação da área, onde residiam 22 famílias. As famílias procuraram auxílio na Associação Comunitária do Jardim Leblon, mas não foram atendidas. Surgia assim, a necessidade de criar uma associação de moradores própria, que defendesse seus interesses e lutasse por melhorias na vila.

Em junho do mesmo ano, após a criação e formalização da associação de moradores, começaram as negociações. Segundo a URBEL, a Associação dos moradores da Vila Parque Jardim Leblon e Vila Apolônia conseguiu comprar, com ajuda de um italiano morador da vila, os doze lotes do senhor Lockaman que foram divididos entre as 22 famílias que moravam no local.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA-ESTRUTURA:

Uma das primeiras melhorias conquistadas pela associação foi em 1984 com a ligação da luz nos Becos Santo André, São Lourenço, São João Batista, D. Joaquim e Carlos de Araújo. No mesmo ano, doações da igreja e festas organizadas pela associação e pela comunidade arrecadaram fundos para calçar o Beco Santo André, principal via de acesso à vila. O trabalho de calçamento foi realizado através de mutirão.

Em 1987, os moradores conseguiram obter 50% da rede de esgoto, que foi realizada com mão de obra local, material de assistência técnica da SETAS – Secretaria do Estado do Trabalho e Ação Social. Neste mesmo ano 80% da vila recebeu luz, água e foi beneficiada com o Programa do Sopão e Programa do Leite, que atendiam as famílias mais carentes. Havia também uma horta comunitária cujos alimentos eram distribuídos às famílias. Após um ano, os programas foram interrompidos por falta de verba. Uma frente de trabalho composta por moradores e associação construiu 17 moradias para famílias que residiam em área de risco, com o auxílio de material e assistência técnica fornecidos pela SETAS.

De acordo com a URBEL, em 1989 foram feitas as redes de esgoto nos Becos São João Batista, parte do São Joaquim e Salinas com Santa Terezinha, com a liberação das manilhas pela URBEL e trabalho da comunidade, através de mutirão. Calçamento das ruas principais, ampliação das linhas de ônibus, 406 padrões de luz, instalações de telefones públicos, ampliação da Escola Estadual Síria Marques, construção do Centro de Saúde Leblon e construção da quadra de esportes da Escola Estadual Síria Marques são as principais melhorias conquistadas na comunidade.

Os jovens atuam na vila através da Pastoral da Criança, desde 1986. Paralelamente ao trabalho da associação, promovem aulas de catequese e mobilizam a comunidade para a participação em datas comemorativas, realizando atividades culturais. A Pastoral estimulou os moradores a atuar no Orçamento Participativo desde 1994. Hoje seus representantes integram a comissão de fiscalização deste Orçamento na vila e mobilizam as famílias dos Becos do Funil e Santa Rita, áreas aprovadas pelo O.P.

A vila recebeu também, em meados da década de 1990, intervenção estrutural através do Programa Alvorada, convênio entre a URBEL e o Ministério Italiano e a AVSI – Associação de Voluntários para o Serviço Internacional.

Segundo moradores mais antigos existe na vila a necessidade de um espaço físico para reuniões e lazer, porque a associação não possui uma sede própria. As reuniões são realizadas na Escola Estadual Síria Marques ou até mesmo nas casas dos membros da associação. Celebrações da Igreja Católica são feitas em locais improvisados. Somente as igrejas evangélicas possuem seu espaço físico próprio.

Os moradores da Vila Apolônia reivindicam hoje a construção de uma área de lazer e a pavimentação de becos. Como herança do início da vila, existe até hoje na Apolônia uma propriedade chamada de curral, que serve de pasto para cavalos.

3. DADOS DEMOGRÁFICOS:

Área: 207.315 m²
Localização: Regional Venda Nova, bairro Jardim Leblon
Número de domicílios: 2.578
População total residente: 7.669 pessoas
Taxa de alfabetização: 82,8% das pessoas acima de 5 anos
Esgotamento sanitário: 86,5% ligados à rede geral de esgoto ou pluvial
Abastecimento de água: 98,5% abastecidos através de rede geral
Coleta de lixo: 99,6% coletados por serviço de limpeza