programa vila viva na VILA SÃO MIGUEL

programa vila viva na VILA SÃO MIGUEL

VILA SÃO MIGUEL

1. ORIGEM:

A Vila São Miguel, pejorativamente conhecida entre seus moradores como “Vietnã”, faz parte da regional Pampulha de Belo Horizonte e está localizada na confluência da Avenida Cristiano Machado com o Anel Rodoviário, entre a Vila Suzana e os bairros 1º de Maio e São Paulo. Em 2001 a URBEL elaborou o PGE – Plano Global Específico para toda a área, incluindo as vilas Suzana I, Suzana II e São Miguel.

De acordo com esta fonte, o povoamento da região foi iniciado pela Vila Suzana I, há cerca de 50 anos, enquanto a Vila Suzana II foi construída há aproximadamente 35 anos. “Em toda a região havia, antigamente, o predomínio de atividades agrícolas. Os acessos eram muito difíceis, sendo que somente no início da década de 80, com a inauguração da Av. Cristiano Machado ligando o centro da cidade ao Anel Rodoviário e à zona norte da cidade, é que a acessibilidade foi garantida. Esta abertura, por seu turno, estimulou e orientou a ocupação de novas áreas”.1

A Vila São Miguel foi uma dessas áreas de ocupação mais recente. Segundo os estudos disponíveis, apenas na década de 1990 iniciou-se a ocupação da área, formada pelas alças viárias de integração do Anel Rodoviário com a Av. Cristiano Machado. Além de estar em faixa de domínio do DNER, a vila sofre com constantes inundações, principalmente pela proximidade com o córrego Cachoeirinha, configurando-se, segundo a URBEL, como área crítica de risco.

Ao que tudo indica, o adensamento da vila deu-se também pela chegada de pessoas que moravam onde hoje está a estação do metrô chamada São Gabriel, que teriam mudado-se do local na época das obras e se instalado na Vila São Miguel.

Como entidades relevantes e que apóiam a população da Vila São Miguel vale citar o Movimento pela Moradia da Vila São Miguel, a Associação dos Moradores e Amigos da Vila Suzana e o GDECOM – Grupo de Desenvolvimento Comunitário. Apesar de situarem-se fora da vila, atendem também a seus moradores em suas reivindicações e lutas. Outra liderança muito importante na história da vila é o Padre Piggi, que atua em toda a região e é citado como referência pela população local. Ele também participou da construção do Conjunto Felicidade como indicado na página da comunidade, dentro deste site.

2. DESENVOLVIMENTO/INFRA-ESTRUTURA:

A previsão da URBEL é que até meados de 2008 a Vila tenha acabado. Onde hoje fica a São Miguel passará a Linha Verde, via que irá interligar o centro de Belo Horizonte ao Aeroporto Internacional de Confins. A passagem dessa rota na região vai desintegrar as Vilas Maria Virgínia, Carioca, São Paulo, Suzana e também a São Miguel.

Alguns moradores já se mudaram. Os destinos variam entre mudanças dentro da própria capital, para a Região Metropolitana de Belo Horizonte, para o interior de Minas e mesmo para outros Estados. De acordo com a assessoria da URBEL, uma parte minoritária da população almeja a construção de um conjunto, nas proximidades da Vila, ao invés da compra livre de casas. A equipe da ONG Favela é Isso Aí acompanha o destino de alguns moradores para saber a trajetória deles após a morte da vila.(DAM / URBEL, Plano Global Específico, 2002.)

O processo de análise para desapropriação foi iniciado em setembro de 2005 e estima-se que até meados deste ano a comunidade tenha sido toda remanejada. O destino de cada morador vai variar de acordo com a vontade e o valor recebido pela antiga moradia.

3. DADOS DEMOGRÁFICOS:

Área: 9.479 m2
Localização: Regional Pampulha, junto ao anel Rodoviário e bairro Suzana
Áreas críticas: área de risco por alagamento (córrego Cachoeirinha); toda a vila situada em área não edificante, pela faixa de domínio do DNER (alça do anel rodoviário).
Número de domicílios: 126 (em 2000) e 204 (em 2002)
População total residente: 452 habitantes (em 2000) e 517 habitantes (em 2002)
Taxa de alfabetização: 75% dos maiores de 5 anos de idade.
Esgotamento sanitário: 99% lançados em cursos de água (2000)
Abastecimento de água: 97,6% abastecidos através de rede geral (2000).
Coleta de lixo: 50,8% coletados por caçamba do serviço de limpeza; 42,8% lançados em cursos de água (2000).